Se você tem amigos vegetarianos, com certeza eles já te alertaram dos males que a carne vermelha pode causar. Apesar de todos nós sabermos muito bem que uma alimentação balanceada é boa pra saúde, há quem diga que o consumo de carne faz muito mal, isso porque entre outras coisas, as verduras e os legumes seriam uma melhor opção. Mas até que ponto nossos amigos vegetarianos estão corretos?
Tudo em excesso faz mal e com o consumo excessivo de carne vermelha, não é diferente. Além de problemas no coração, já foi comprovado que o consumo excessivo de carne vermelha também aumenta a probabilidade da ocorrência de alguns tipos de câncer. Seu consumo também está ligado a doenças como a diabetes, artrite e hipertensão.
A carne vermelha também é naturalmente mais gordurosa, resultando em uma ingestão maior de calorias e que pode resultar na obesidade. Existem relatos inclusive de que cortar carne vermelha da dieta já ajudou pessoas a perderem quase 20 kg.

Nos últimos 30 anos, as autoridades dos Estados Unidos vêm aconselhando os americanos a diminuir a ingestão de carne vermelha e manteiga por causa de suspeitas de que a gordura saturada presente em grande quantidade nesses alimentos aumenta a taxa de colesterol e, com isso, causa ataques cardíacos. O conselho virou norma no mundo todo – a Organização Mundial da Saúde e vários governos adotaram a política de reduzir a gordura saturada. Tudo muito bom, só que tem algumas peças que, mesmo após três décadas de pesquisas, continuam não se encaixando no quebra-cabeças.
Uma delas é a Europa mediterrânea. Lá, desde que terminaram os rigores da Segunda Guerra, o consumo de carne vermelha tem aumentado. Pois bem: a taxa de doenças cardíacas diminuiu no mesmo período. E a França? O país da pâtisserie, fã ardoroso das carnes vermelhas de todo tipo, onde qualquer almoço começa refogando o que quer que seja em manteiga derretida, tem uma das mais baixas taxas de mortes por ataque cardíaco do mundo.
No ano passado, Gary Taubes, correspondente da revista americana Science e um dos principais escritores de ciência do mundo, escreveu um longo artigo no qual classificava o medo da gordura saturada como “dogma”. Taubes afirma que, mesmo com tanta pesquisa, não há prova de que gordura saturada e enfartes estão ligados. E vai além: diz que a propaganda do governo só serviu para fazer com que os americanos comessem mais – ao evitar a gordura, eles acabavam ingerindo mais carboidratos, mais açúcar, para manter a quantidade diária de calorias (o corpo tende a reclamar quando as calorias são insuficientes para saciá-lo – isso se chama fome). Resultado: o índice de obesidade passou de 14% para 22% no país. E obesidade, sabidamente, é um sério fator de risco para doenças cardíacas.
A maior parte do mundo médico ainda acredita na malignidade da carne vermelha e da manteiga. (“Não tenho dúvidas da relação entre gordura saturada e doenças cardiovasculares”, afirma o nutricionista argentino Cecílio Morón, oficial da agência da ONU que cuida de alimentação, a FAO. Denise Coutinho, que coordena a política de nutrição do governo brasileiro, repetiu quase as mesmas palavras.) Mas o artigo de Taubes serviu para mostrar que nutrição não é baseada numa relação simples de causa e conseqüência, tipo “mais carne, mais ataques cardíacos”.
É por isso que em tudo deve haver um balanceamento, já que o consumo em excesso de legumes pode fazer mal, mas comer muita carne vermelha também não vai te fazer muito bem. E você, vai ficar no Team Brócolis ou Team cheeseburger? Faça sua escolha e deixe nos comentários
Fonte: Superinteressante





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